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Acadêmicos de Medicina tem artigo publicado na revista Research, Society and Development

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Acadêmicos de Medicina tem artigo publicado na revista Research, Society and Development

Qualis B2 indexada na plataforma sucupira.

Os acadêmicos do curso de Medicina do ITPAC Palmas, Juliano Amoreli, Juliana Ribas, Maria Clara Rodrigues Cardoso, Heloísa Pignata Schoepfer e Mariana Prado Borges, sob a orientação da Professora Doutora Lorena Dias Monteiro, desenvolveram a pesquisa sobre tuberculose na população privada de liberdade no Estado do Tocantins, o qual resultou na publicação do artigo científico “Tendência temporal da tuberculose na população privada de liberdade no Estado do Tocantins”, na revista Research, Society and Development de Qualis B2, indexada na plataforma sucupira.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a tuberculose não é uma consequência inevitável do encarceramento e pode ser controlada por meio da aplicação de programas e estratégias eficazes contra a TB, com a finalidade de promover melhorias nas condições carcerárias. O controle eficaz da TB na prisão protege presos, funcionários, visitantes e a comunidade em geral. Estima-se que as prisões do mundo mantenham de 8 a 10 milhões de prisioneiros. No entanto, 4 a 6 vezes esse número passa pelas prisões a cada ano, devido a alta rotatividade da população. Um número desproporcional de prisioneiros vem de populações em desvantagem socioeconômica, onde o fardo da doença já pode ser alto e o acesso a cuidados médicos limitado, por exemplo, usuários de substâncias, sem-teto, doentes mentais, minorias étnicas, requerentes de asilo e imigrantes. As condições das prisões favorecem a propagação de doenças por meio de superlotação, má ventilação, nutrição fraca, cuidados médicos inadequados ou inacessíveis etc.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), refere que o coeficiente de TB nas prisões foi relatado como sendo até 100 vezes maior do que o da população civil. Os casos de TB nas prisões podem representar até 25% da carga de TB de um país. O diagnóstico tardio, o tratamento inadequado, a superlotação, a ventilação insuficiente e as transferências repetidas de prisões incentivam a transmissão da infecção por TB. A infecção por HIV e outras patologias mais comuns nas prisões (por exemplo, desnutrição e abuso de substâncias), estimulam o desenvolvimento de doenças ativas e a transmissão posterior da infecção.

As prisões funcionam como reservatórios de tuberculose, levando a doença para a comunidade por meio de funcionários, visitantes e ex-presidiários tratados de forma inadequada. A tuberculose não respeita os muros das prisões. Melhorar o controle da TB nas prisões beneficia a comunidade em geral. Os esforços comunitários de controle da tuberculose não podem ignorar a tuberculose carcerária.

Os reclusos têm direito a pelo menos, o mesmo nível de assistência médica que a comunidade em geral. Pegar tuberculose não faz parte da sentença de um prisioneiro. Chamar a atenção e recursos para o problema da TB nas prisões, provavelmente, levará a uma melhoria geral nas condições das prisões, na saúde dos presidiários e nos direitos humanos.

Nesse contexto, o tratamento não regulamentado e errático da tuberculose nas prisões deve cessar. É necessária uma ação urgente para integrar os serviços civis e prisionais de TB para garantir a conclusão do tratamento para os prisioneiros libertados durante o tratamento. Medidas para reduzir a superlotação e melhorar as condições de vida de todos os presos devem ser implementadas para reduzir a transmissão da TB.

Sobre o estudo

O estudo teve por objetivo analisar a tendência da TB na população privada de liberdade no estado do Tocantins, Brasil, no período de 2010 a 2019, pois apesar de ser um dos estados menos populosos do país, apresenta elevada proporção de população privada de liberdade.

Essa pesquisa trouxe evidências de que o coeficiente de incidência da TB na PPL  Colocar por extenso chegou a ser 40 vezes maior que na população geral. A tendência por regressão, “joinpoint”, mostrou aumento significativo, acima de 20% no coeficiente de incidência de TB na PPL. Esse coeficiente também aumentou significativamente na PPL com comportamentos de riscos e na PPL masculina, e a vulnerabilidade racial, representada pela cor preta, apresentou crescimento superior às demais cores/raças na incidência de casos.

Os resultados da pesquisa reforçam a importância de se fortalecer as estratégias de controle e vigilância da TB na PPL , no Tocantins. A fim de se avançar no controle da doença nas prisões do Tocantins, é indispensável a implementação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional. Para isso, é importante a integração entre as instâncias da administração penitenciária e da saúde para a promoção de ações intersetoriais que possibilitem o acesso à prevenção, diagnóstico precoce, tratamento oportuno e adequado da TB, com ênfase nos grupos de alto risco e PPL.

Sobre o ITPAC Palmas

O ITPAC Palmas faz parte do Grupo Afya Educacional, líder em educação médica do Brasil e iniciou suas atividades na capital do Tocantins em agosto de 2017, ofertando os cursos de Medicina e Odontologia. Hoje com sede própria, localizada na quadra ACSU SO 70, Rua NS 01, Conj. 02, Lote 03 - Plano Diretor Sul, Palmas - TO, a instituição que tem conceito máximo junto ao MEC, presta serviços de atendimento médico e odontológico à sociedade de Palmas, de maneira gratuita e credenciada à rede pública, por meio de seu Ambulatório Acadêmico de Medicina e Clínica Escola de Odontologia.

Heloisa Pignata Juliano Amoreli Julia Ribas Maria Clara Rodrigues Mariana do Prado Borges

Lorena dias de Monteiro

Prof. Orientadora